terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Há males que vem para o bem

Amor é palavra forte. Bonita de se ouvir e nos remete a coisas bonitas, mas a paixão é mais forte ainda... Muito mais! O pior da paixão é que ela nos sujeita a atitudes, pensamentos e sentimentos muito mais graves. A paixão não se importa com a imprudência da loucura e não está nem aí se você tem apenas 13 anos e corrompe seus próprios princípios em prol de alguém. Ela vem, faz o que quiser de você e de sua cabeça, lhe faz esquecer de todos os sentimentos melhores(e em menores doses) pra transformar sua vida.
Sei que parece confuso, e sei que no final desse texto ainda vai estar confuso, mas meu coração pede esse registro como forma de remissão. Meu coração foi tomado por uma paixão em 2009, paixão que me sujeitou a atitudes ridículas, de meninas sem valor algum. Envolvia um cara, que hoje sei que não se importava com uma palavra que saía da minha boca, mas a maldita paixão me fazia acreditar na possibilidade dele me dar um valor que nem eu dava. Aparece a primeira namorada. Meu coração quer sair do corpo, meu sangue corre muito mais rápido pelas veias e resolvo tomar um antídoto: maturidade. Primeiro passo era tornar o nome da Samara suportável aos ouvidos, mas tudo se tornava cada vez mais patético e sem limites do ridículo, me sujeitava a mais umas humilhações públicas, como declarações de superação e "amor" para que as pessoas pudessem sentir ao menos um pouco de pena. O segundo passo era mais longo, durou cerca de 4 anos e só se concluiu quando eu pude perceber que os estragos que uma paixão traz(só para nós) pode ser revertido com amor próprio. Sem sujeitar-se a desvalorização de minha alma e de meu corpo. Mas antes de fazer a incrível descoberta muitas coisas aconteceram. Trocar o nome do namorado pela paixão patética e pensar nos detalhes de um possível encontro meu e dele(que nunca aconteceu); fazer dietas anormais para estar apresentável no dia que nos víssemos e esconder dentro de mim uma pessoa que eu jurava que conquistaria um dia. Ficamos longos anos sem se falar, mas cada publicação, cada música ou imagem fazia meu coração saltar e sentir um misto de vergonha e desejo incondicional de um dia poder conquista-lo. Por cerca de uma semana depois de anos sem manter contato nos falamos um pouco, a persistência em me corromper era outro sintoma dos estragos da paixão. Não tinha a menor importância pra ele, mas pra mim, Victor era a única pessoa do mundo nos minutos insignificantes que se passavam ao longo de uma conversa. Eis que um dia surge Amanda. Ruiva, olhos sutilmente bonitos e uma espécie de substância química misturada à sua beleza que corroía todos os meus órgãos de tanta raiva. Inciei aqueles processos em busca da beleza que ela tinha e eu também queria ter, mas demorou um pouco pra entender que a beleza que eu precisava, não dava pra ser resgatada em 2009. Meus princípios. 
Amor próprio. Quando ele finalmente chegaria? Chegou. Com ele trouxe correção para tantos erros: A primeira delas era que nunca mais precisaria usar meu corpo e minhas palavras pra segurar alguém perto de mim; A segundo era que nada iria me tornar uma Samara ou uma Amanda, mas ainda dava tempo de eu me tornar Alice.
Resolvi, então, aceitar que Victor merecia a felicidade dele, que essa história que poderia se prolongar não interferiu em sua vida, mas que me acrescentou o sentido da minha vida e do meu caráter. Uma garrafa de vodka como desapego e uma mensagem de inbox. Excluída e bloqueada de sua página no Facebook e a certeza que há males que vêm para o bem. Dois meses depois dei uma olhada em sua página(bloqueada para mim) e consegui ver algumas imagens com filtros e efeitos, mas a naturalidade de seu sorriso e de Amanda me ensinaram que o amor é genuíno e não é conquistado pela cor de seus cabelos ou firmeza de voz. Amor acontece, te escolhe. Me escolherá um dia, farei da forma certa.
Peço desculpas pela confusão gramatical que causei em alguns parágrafos, mas precisava declarar a minha liberdade de amar, graças às amarras de uma paixão: Victor.