quinta-feira, 24 de março de 2016

one

a dinâmica dessa coisa louca chamada flerte virtual. ou sexo fácil. sei lá.
nope.nope.nope.like.match. meia dúzia de palavras e cama! ou carro, mesa, sei lá. Era pra ser assim, se não fosse um cara diferente. Diferente de todos os outros desde a boa aparência, a idade ideal para encaixar-se em minhas chatices até a sinceridade e o sol no meu paraíso astral. Umas palavras e troca de contatos. De cara me disse que tinha uma filha adolescente. Meu encanto e devaneios escorpianos ignoraram a informação e seguiram em frente: cidade natal, elogios ao sotaque e um convite para sair. Sair?? Desde quando sair tá no pacote do easy sex? sei não.. Vamo lá. Passeio no aterro do flamengo pela manhã com um desconhecido de meia idade que tem uma filha. era tudo que sabia e meu interesse por saber mais era grande (se o fato de já ter trepado com um ex naquele lugar não lhe roubasse toda a atenção que merecia. é a vida.). Surgiram outras informações: designer, paulistano, e eu tava me apaixonando mesmo, sem medo porque eu nunca tive medo de água. De frente para o meu paraíso astral por horas e não foi insinuado sequer um beijo. Aquilo significava que eu era carta fora do baralho ou que o sagitariano esperançoso e idealizador tava me convidando pra mais um date? Sei lá.
- a gente almoça amanha? deixo você na faculdade depois, baby.
em 2016 ninguém chama o ser alheio que almeja levar pra cama de baby. caiu a ficha que tava com um cara não tão contemporaneo a mim assim. veio o almoço e mais uns cinco. e mais uns jantares. e umas madrugadas no telefone como adolescentes. e cara!!!!! não vou me apaixonar não senhor. três da manhã e um pedido desesperado por companhia me faz chamar o uber quase que involuntariamente. apartamento confortável no catete, mistura de anos vinte e inspirações bem modernas. tinha cor e não tinha. era uma bagunça arrumada. um escritório aconchegante e uma escrivaninha dos sonhos. nem reparei no quarto de menina no final do corredor.
Que companhia boa! Eu fingia que entendia o inglês fluente que ele tagarelava por horas com pessoas do trabalho e que tava super feliz em vê-lo ali. só assistindo mesmo(tá, isso naõ era cena não). cochilei. abri os olhos e ja foi um mês desse problema no fast flerte. o quarto com pôsteres de artistas pop de 2015 continuava vazio,. nem sinal de filha. até esquecia que eu sou meio adolescente e gostei do justin bieber num passado não distante. onde que tá a menina? intercâmbio nos estados unidos? mas e a crise, moço? o que importa é a educação da menina... entendi.

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